terça-feira, 29 de março de 2011

Vestida de sedução


Vestida de sedução



Recebo-te vestida apenas de sedução

Sinto teus olhos, lanças penetrantes,

Que perfuram e decifram minha emoção

Conquistam-me teus gestos insinuantes.


Aprisiono os teus beijos intrigantes

Nas tuas carícias de seios agitados

Viajando nas delícias dos infantes

Gozamos na cama o sexo, encantados.


Bebendo teu suor, sorvendo teu cheiro.

Deslizo na tua pele, sinto teus temores.

Deixo-te morta, como um desordeiro.


Teus olhos, transformados em flores,

No silêncio de mulher feliz e amada

Agora se vestindo apenas de amores.



Dário Geraldo Lima

sexta-feira, 25 de março de 2011

Falta


FALTA


É um sonho ou fantasia
Essa vontade que me acaricia
Penso em quem me faz sonhar
Nesse desejo de contigo dançar
Enquanto a luz do sol partia.

Dando lugar ao brilho da lua
O meu querer se acentua
Vermelho como o poente
Penso no meu amor ausente
Assim a minha dor continua.

Será o feitiço da noite
Que machuca como açoite
Viro loba só de pensar
Essa paixão não vou agüentar
Na falta que você permite!


Lully

segunda-feira, 21 de março de 2011

Você em mim.

Ainda guardo em minhas pálpebras a movimentação da tua imagem,
que de um lado para outro, como uma odalisca, toma meus pensamentos
e, como um filme de cinema mudo, calo-me a te admirar.
Sinto ainda em minha boca o gosto do teu ser,
mesmo que ser ainda não nos é uma condição, apenas um querer.
Guardo também em minha retina o teu sorriso
despretensioso e matreiro que me leva do caos ao travesseiro.
Na olfativa o teu cheiro de mulher que mata o poeta
e dá via ao homem de carne, osso e sangue, quente de desejo.
No dilatamento de minhas pupilas o teu vulto
que assombra o meu mais aterrorizante fantasma
e me traz, enfim...a paz!
Em cada impulso dos meus neurônios tua lembrança.
A cada batida do meu coração a esperança.
Em cada poro de minha pele a segurança arrepiada
da simples presença, do sorriso, do olhar, do olá,
do toque que ao acordar desse sonho desejo ser a única verdade
de minha até então cega, inodora, sisuda, insípida, vida.

Edson Carvalho Miranda
23/07/2009


sábado, 12 de março de 2011

Encantamento


Encantamento


Com gestos de encantar
acompanho o teu voar,
numa forma elegante,
nesse véu esvoaçante
sinto o perfume no ar.

São lembranças do passado,
tempo lindo, desejado,
mas agora não é mais...
já cansei dos meus ais,
é grito amordaçado.

Voltei agora a sorrir,
vou novamente colorir
de púrpura o sol que fugiu,
de prata a lua que atraiu
meu novo amor no porvir.

Meu amor é pra eternidade,
vivo o meu conto de fada,
amo o meu amor, e sou amada,
pelo meu bem fui encantada.
Agora e só felicidade.


Lully

sábado, 5 de março de 2011

Adotarei o amor


Adotarei o amor.


Adotarei o amor por companheiro
e o escutarei cantando, e o beberei como vinho,
e o usarei como vestimenta.

Na aurora, o amor me acordará
e me conduzirá aos prados distantes.
Ao meio dia, conduzir-me-á à sombra das árvores
onde me protegerei do sol como os pássaros.
Ao entardecer conduzir-me-á ao poente,
onde ouvirei a melodia da natureza
despedindo-se da luz, e contemplarei
as sombras da quietude adejando no espaço.
À noite, o amor abraçar-me-á,
e sonharei com os mundos superiores
onde moram as almas dos enamorados e dos poetas.

Na Primavera, andarei com o amor, lado a lado,
e cantaremos juntos entre as colinas;
e seguiremos as pegadas da vida,
que são as violetas e as margaridas;
e beberemos a água da chuva,
acumulada nos poços,
em taças feitas de narciso e lírios.
No Verão, deitar-me-ei ao lado do amor
sobre camas feitas com feixes de espigas,
tendo o firmamento por cobertor
e a lua e as estrelas por companheiras.

No Outono, irei com o amor aos vinhedos
e nos sentaremos no lagar,
e contemplaremos as árvores se despindo
das suas vestimentas douradas
e os bandos de aves migratórias
voando para as costas do mar.

No Inverno, sentar-me-ei com o amor
diante da lareira e conversaremos
sobre os acontecimentos dos séculos
e os anais das nações e povos.

O amor será meu tutor na juventude,
meu apoio na maturidade,
e meu consolo na velhice.
O amor permanecerá comigo até o fim da vida,
até que a morte chegue,
e a mão de Deus nos reúna de novo.


Kalil Gibran