Navio sem chuveiro, casa sem porta, barco sem banheiro.
Sejam todos muito bem vindos ao Blog O bucaneiro.
“A casa dos pintores, dos poetas e dos arteiros.
Então sejamos nós pessoas bacanas de muita sabedoria, ao copiarmos ou citarmos alguma obra do Blog Declaremos a autoria.”
Um rei muito bondoso e igualmente poderoso perdeu sem batalha digna, o seu reino, seu povo e a sua rainha, para outro rei que invadira seu castelo e tomara a sua coroa, cobiçando o poder, fortuna e fama, à custa do sofrimento dos leais e inocentes súditos.
A partir daquele dia o bondoso rei perdeu sua paz, imaginando maneiras de recuperar o que perdera.
Após algum tempo ao ver que as suas investidas eram em vão, ele que era o rei das artes da guerra, percebeu que não conseguira vencer a única guerra que de fato era sua. Já sucumbindo, sentiu a velha e tremula mão de um humilde aldeão em seu ombro que, com voz cansada, lhe dizia:
“Não ataque diretamente os seus problemas, nem tão pouco os seus causadores e inimigos, faça com que as derrotas, bem como, as perdas de suas batalhas não guiem o propósito da sua vida, isso lhe obcecará o coração.”
Foi então que o grande rei notou que sua abordagem de fato estava equivocada e decidiu não mais dar tanta atenção ao reino que outrora perdera, seguindo em frente, conforme os ensinamentos do aldeão. Escolheu uma linda colina, cercada de verdes campos, jardins naturais e um lugar firme protegido pelos rochedos e pelo mar, com vistas para as paisagens mais deslumbrantes, de onde se pode sentir a tênue brisa que acaricia a face de quem lá habita.
E neste lugar aprazível ele construiu seu novo castelo, cuidou com carinho e dedicação de todos os detalhes tornando-o o melhor lugar das cercanias para se viver.
Após algum tempo, para a surpresa do bondoso rei todos os seus súditos o procuraram para habitar o novo e próspero reino ali iniciado, deixando assim para trás o antigo castelo e o usurpador rei.
Convenceu a si e a todos aqueles que o cercavam, de que a partir daquele momento ele passaria a pescar, e que seria um ótimo pescador.
Então, no dia seguinte, o homem acordou cedo, pegou seu material de pesca e partiu rumo à floresta. E assim o tempo foi passando e todos os dias o homem cumpria fielmente sua rotina de pescador.
Vendo o fracasso dos planos do homem um amigo, certo dia, o interpelou:
“Você disse que seria um pescador e convenceu-nos a acreditar nisso, porém, não entendemos o porquê você insiste em ir para a floresta, uma vez que os peixes estão no mar.
Passei o feriado, ou o dia dedicado a consciência negra tentando entender o que nos trouxe até aqui até o agora, o hoje!
Não que não seja justo ter um dia de reflexão, ainda mais quando o Dia é criado em memória a um dos maiores ícones da história da nossa sociedade. Mas... reflexão sobre o que mesmo? O Que nos levou a conceber essa comemoração?
Há sim! O racismo. Essa segregação, esse sentimento misturado com cultura, onde uma linha fina e tênue separa a piada da ofensa racial, do crime. Sim, pois de uma forma avessa, no Brasil hoje é crime, ou politicamente incorreto, dizer que um cidadão que tem a pigmentação da sua pele de uma determinada cor e chamá-lo por essa característica, de fato é justificável, afinal os cidadãos brasileiros, que agora temos que chamar de afro-descendentes, eles merecem todas as nossas homenagens, o nosso respeito e o agradecimento pela cota de participação na construção da nossa sociedade, claro que é justo! Justo e louvável.
Assim como foi justo para com os índios que essa mesma sociedade matou, e não satisfeita em exterminá-los, está apagando o pouco que ainda permanece do seu passado, da sua civilização, da sua cultura, transformando os remanescentes em capitalistas! Capitalistas corrompidos é bem verdade, e corruptores também, pois adquiriram certo poder... Pobres vítimas assim como os afro-descendentes.
Fico pensando em negros, índios, mamelucos, bugres, mestiços, caipiras, caboclos, alemães, italianos, turcos, sírios, libaneses, (parada para respirar) japoneses, decasegs, “nunsei”! Só sei que acabo ficando cafuso, ou digo, confuso ao perceber aonde cheguei refletindo!
Afinal esses todos, assim como os índios e os negros, também não são brasileiros, tanto quanto, os portugueses?
Eles também não ajudaram a construir essa sociedade, essa pátria que a todos nós acolhe?
Então, vamos ser justos, resolveremos todos os problemas ligados ao racismo, criando um dia e um feriado de reflexão para cada uma das etnias e descendências. Pronto! O Brasil passará a ser o país mais democrático e justo do mundo. Não trabalharemos mais, é bem verdade, por conta de tantos feriados, ou sairemos da miséria ganhando hora extra de 100%! Mas, será que deixaremos de ser preconceituosos?
Sim! Preconceituosos..., afinal o problema não está na raça e sim no preconceito contra alguns que fazem parte de cada uma delas. E o pior! O preconceito na maioria das vezes começa ou parte daqueles que são da raça discriminada, mas por algum motivo se acham diferentes ou superiores, aí discriminam os seus semelhantes de raça, de etnia, de sangue.
Não sou contra nenhuma manifestação que siga na direção de convivermos o mais pacificamente possível respeitando as diferenças, mas sou contra a criação dessas datas comemorativas que só fazem piorar o que já é ruim, sou contrário às cotas (separação por raça) e qualquer coisa que segregue um brasileiro dos demais.
Digo isso porque o dia que deveria ser o dia da consciência, não só a negra e sim a de todos os povos que compõem o Brasil, é o dia do folclore que anda esquecido, jogado, discriminado. Mas é o dia onde as tradições de todos os brasileiros independente da cor são ou deveriam, ser exaltadas, refletidas, direcionadas, relembradas, contadas e comemoradas com orgulho, todos juntos, afinal somos brasileiros, ou até mesmo poderia ser o dia primeiro de janeiro, Dia mundial da paz, Dia da confraternização universal entre os povos, mas parece não ser muito importantes para alguns... Quero só ver o dia que um “branquelo”, pobre, chegar numa delegacia de bairro nobre querendo prestar queixa de um cidadão afro-descendente com status dinheiro e poder que o tenha ofendido de forma racial, ou preconceituosa o que fará esse delegado?
Li muita coisa sobre segregação, racismo, preconceito, miséria e cheguei à conclusão que a cota que o Brasil precisa é de comida e saúde, até mesmo um pouco menos de cota de dengue, para os pobres e, posteriormente, educação de qualidade, para todos!
Ao refletir no dia da consciência negra, sobre esses dias dedicados para alguns, sobre a incoerência, a segregação e as cotas, vi que a cada lei que o senado e o congresso aprovam, seja ela para diferenciar uma raça da outra ou diferenciar mulheres de homens ou mesmo para privilegiar alguns por sua cor, crença ou raça ignorando o mérito e a condição social, cada vez mais nos tornamos menos humanos e a sensação que fica é que estamos fazendo o caminho inverso ao trilhado pelos nossos ancestrais, os primitivos homens das cavernas.
A vida nos dá tudo o que pedimos nos traz tudo o que desejamos, cabe a nós termos capacidade, discernimento e sensibilidade para notar e decidir viver a dádiva divina que é o agora, o presente. Não deixe passar as oportunidades que a vida lhe presenteia! Não viver o presente por tentar prever o futuro, pode ser a criação de um passado de tristezas e amarguras e de um futuro sem esperanças, cheio de incertezas.
Pois é! Passei a vida toda tentando descobrir algumas coisas complicadíssimas sobre a terra, sobre o homem, sobre a mulher (o orgasmo então nem se fala), sobre o início de tudo, onde estamos, para onde vamos, quem somos e o que existe depois de tudo isso.
Até que um dia desses praticando filosofia etílica ou “de botequim” com um grande amigo, chegamos à conclusão de que buscávamos muito mais da vida do que poderíamos ter ou até mesmo entender. Sim, é verdade! Imagine só que depois de dissertarmos acerca da criação do universo, do orgasmo feminino (e não chegamos a nenhuma conclusão que possa ser levada em consideração), passamos pela existência divina, concluímos que Elvis não morreu (ou morreu?), enfim nada disso importa muito!
O que de fato importa é que descobrimos que não sabíamos o significado da sigla “WC”, o que até então sabíamos é que universalmente indica banheiro, louco isso não? Sabemos para que merda ela serve, mas não sabemos que merda ela significa. Cheguei a pensar até em uma piadinha: “Descobri que não sabemos de merda nenhuma!”, mas resolvi não comentar, por muito medo de perder o abacaxi cheio de vodka, ou melhor, de perder o amigo.
Se juntar os vinte e muitos anos do meu amigo e mais uns vinte e tantos outros muitos meus, lá se vão mais de 60 anos da mais pura ignorância sobre as coisas simples da vida. E isso me fez repensar toda a minha vida e relembrar das coisas simples que me deram muita felicidade, como por exemplo, que passei boa parte dessa ignorante vida, procurando saber o coletivo de sapo. Agora me dou conta de ter procurado por muito tempo o substantivo, mas que passei momentos agradabilíssimos junto à família e amigos, pois cada vez que o assunto vinha a tona ríamos muito com as diversas opiniões erradas e distorcidas acerca do assunto. Pois era exatamente essa descontração que trazia a sensação de leveza no espírito e felicidade.
A parte engraçada é que só me lembro de quando descobri a solução desse doce problema, porque a pessoa que me falou, fez com que a solução da minha dúvida fosse especial, pois se não fosse assim eu já teria esquecido, assim como esqueci aquela “maldita” regrinha, da qual os professores se aplicaram por diversas vezes a ensinar-me. Uma em que diz que alguns substantivos coletivos são compostos do substantivo mais o sufixo “ria”, ou algo parecido.
“Que meus professores nunca leiam este texto.”
De tudo, vejo hoje que sonhei em ser feliz com as coisas grandiosas e fui surpreendido pela vida com as mais singelas, pois a felicidade não está no fim, ou no resultado, está no caminho que percorremos.
Depois de muito pensar, sobre os dois ocorridos e praticar muita filosofia etílica individual e também grupal envolvendo todos os participantes na questão, percebi que se hoje descobri que não sei merda nenhuma dessa vida, eu agradeço aos meus grandes amigos. Percebi também que, se vou aprender mais alguma merda nessa vida, de agora em diante, eu também vou dever isso a eles. Tendo aprendido toda essa merda, e se é que merda tem algum lado bom ou existe merda no bom sentido! Aqui termina mais uma pequena e feliz jornada da minha vida ao descobrir o significado da sigla “WC”. Agora sei que outras caminhadas virão, assim como também virão novos amigos, afinal esse é o grande mistério da vida, o ciclo, a cada dia aprendendo uma merda nova, mas que fazem toda a diferença para ser feliz.
Eu já ia me esquecendo de esclarecer sobre o que me levou a escrever essa merda toda. “WC” significa: juntar seus amigos em uma grande roda, perguntar coisas como as que aqui foram descritas e dar muitas risadas.
Então meu conselhoé : Aproveite e viva os momentos felizes dos quais a vida é composta e pare de buscar coisas grandiosas, felicidades utópicas ou baseadas em sentimentos alheios e bens.
Quanto ao “WC” pesquise no Google ou pergunte aos seus amigos, quem sabe você não consegue dar boas risadas, assim como todos os que participaram dessa caminhada comigo.
Edson Carvalho Miranda
11-11-08
Agradecimentos:
A todos os amigos que viveram essas experiências junto a mim e aos colaboradores dos blogs “Realidade a Varejo e O bucaneiro”, que a cada dia fica mais a cara de todos nós, navegadores e bucaneiros do conhecimento e desse gigantesco mar digital.
terça-feira, 11 de novembro de 2008
A fala da paixão!
Palavras lindas, honestas, sinceras
Outras vezes nem tanto
Expressão de sentimento,
No beijo, é o próprio movimento
Revela o sabor do alimento
Para a guerra, traz a paz, ao povo, o alento
Para a política a poesia,
Para o povo sofrimento
Do sabor gostoso, doce, crocante, aerado
Ao Azedo, rascante, ruim e amargo
Acaso gostoso, nos leva ao céu
Acaso azedo, nos revela o fel.
Consegue expressar alegrias, brincadeiras
Comunicação entre as bandeiras
Consegue ser a diversão dos namorados em frente às lareiras,
A arma do advogado, o desejo secreto do mudo.
Órgão nímio e insolente
Que expressa os desejos do corpo
E fala a um coração ardente
Que a mim declamou tão dolorosa ilusão.
Ahh, meu amor, nada te pedi sequer palavras
Compromissos, juras, quiçá, promessas,
Pedi apenas que aceitasse minhas trovas, meus versos, meu amor
Escusada a necessidade de me pagar com tamanha dor.
Seus olhos são a expressão da calma,
Sempre contidos com um denso brilho.
Sua boca me fala a alma,
Traz no som o tom da mansidão e contém o grito.
Seu corpo me faz sonhar
E viajo entre flores, velas,
Navego nas águas mansas do seu rio,
Para chegar ao seu turbulento mar.
Seus sentimentos, densos e fortes, que transbordam do seu ser
Atraem-me até você e me fazem te amar.
Botequim para alguns, trabalho, refúgio e descanso para outros. "Estou sem forças para dizer que amo, mas ainda tenho forças para escrever que amo" O amor na ponta da caneta. Entre gole ou outro à beira de palavras, fatos, sentimentos, relatos, presságios, análises, alentos... Poéticos elementos de quem ama, já amou e nunca amou.
Jenny Faulstich e Edinho Miranda Citação: André - PUB 28 (Resende, 05/11/2008)