terça-feira, 20 de março de 2012

Às vezes...


Às vezes


Às vezes, me sinto como se fosse o mar,
O teu mar... pois no sal das ondas
Tu afundas o teu prazer,
Para tirar a sede que te consome,
Aquietar a fome que tens de mim
E saciar a tua ávida vontade.

Mas, às vezes, me sinto como uma flor
De doces e suaves pétalas,
Que só por ti cada vez desabrocha
E só por ti cobre-se de orvalho.
E tu destacas uma por uma as pétalas
Até chegar ao caule repleto do néctar.

Caule que encerra dentro de si
Aquela preciosa jóia do nosso prazer
Que somente nós conhecemos,
Aquele caule que esconde
E que, cada vez, se renova,
A beleza sublime do meu e do teu êxtase.


Lully



sábado, 7 de janeiro de 2012

Holocausto do amor - Dueto em trovas


Holocausto do amor

Dueto em trovas


Pelo teu amor eu tudo trocava
Até meus íntimos segredos
A qualquer coisa eu renunciava
Afugentando todos os medos.

O destino às vezes nos faz sofrer
Conduz a vida em outra direção
Mexe nos sentimentos de querer
Mudando os desígnios de paixão.

A ti oferecia esse meu coração
Meu corpo, minh´alma, sem receio
Tudo te dava sem hesitação
Desde que eu sentisse o teu anseio.

O holocausto do amor em fogo
Em promessas de passadas vidas
São paramentos da alma em rogo
Desfolhando todas margaridas.

Quando rimas floridas eu aprender
Com ternura e muita suavidade
No teu corpo eu vou escrever
Um verão de paixão de verdade!

O amor recicla, é inusitado
Faz sempre coisas imprevisíveis
Mas no fim de tudo é compensado
Com novos momentos tão incríveis.


By Lully e Domfiuza.

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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O que mais desejo



O que mais desejo


O que eu mais desejo
ninguém pode comprar.

Pois eu quero sentimentos,
palavras escolhidas com amor,
pensamentos como flores,
presenças suaves como rosas,
sonhos que voem até as árvores,
canções que alcancem
as estrelas e façam dançar
as estátuas e que murmurem
palavras doces aos ouvidos
dos amantes sob a luz da lua.

Eu necessito de poesia
aquela magia que envolve o
ser como um manto de veludo,
que faz desaparecer a dureza
das palavras e que desperta
paixões e cores novas.

Deliciar-me em versos e rimas
como notas encantadas,
escritas com a pena da ternura
nos compassos de uma harpa celestial!

Lully

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Asas quebradas



Asas quebradas


Aprendi a voar, e voei lá bem alto
As minhas asas eram pequenas
E aos poucos foram ficando maiores...

Como era lindo voar pelo céu
Voltear as árvores, subir,
Subir cada vez mais alto
Deixar-me levar pelo vento
E saborear os perfumes do ar,
Naquela liberdade inebriante.

Sentir aquela felicidade
Do amor, verdadeiro amor,
Encher o coração e os sentidos
Até o âmago da alma
Com aquelas emoções especiais
Que só os sonhos sabem oferecer!

Até que alguém me agarrou,
Me sacudiu como uma folha d´outono
Precipitando-me ao chão.

Quebraram as minhas asas
Por ter ousado demais
Por ter voado alto demais!

O meu voo agora é rasteiro
Quebraram as minhas asas
Mas não o meu coração
Ele se levanta ainda mais alto.
Cheio de amor e paixão
Mesmo com asas quebradas.


Lully

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Acredito no amor


Quisera eu que a lucidez fosse somente, a convenção social que define a linha entre o monótono e o diferente, ou que sua falta fosse apenas a egocentricidade humana, considerada por alguns estilo de vida, por outros uma doença curada com analgésicos e sorrisos falsos, além de palavras e pensamentos politicamente corretos.

Quisera eu que doença fosse apenas o mal da alma, ou do corpo, ou de ambos, mas nunca um vírus incurável do caráter humano gerado pela soberba, pela mentira e pela certeza da impunidade.

Quisera eu que felicidade fosse apenas postar “ estou feliz”, “namorando” em algum sítio de alguma rede social e não a busca incessante de curar essa angustia da certeza de tê-la guardado em algum lugar dentro de mim, mas nunca encontrá-la e, com isso, buscá-la em outras pessoas, aumentando minha angústia e frustação.

Quisera eu que demônios, espíritos, anjos, deuses, e todo tipo de criatura, quer seja do bem ou do mal, fossem apenas parte de mitologias misturadas com religiões, e não nossa própria consciência batendo a todo momento à nossa porta escondendo cada vez mais, retirando nossa humanidade e libertando o animal que mora dentro de cada um de nós.

Quisera eu acreditar que amigos, são irmãos que ganhamos pela vida e não pessoas interesseiras que por pura incapacidade, incompetência, comodidade ou mesmo maldade, aproveitam-se de pessoas de bom coração, em troca de favores, dinheiro, status ou votos, ou pelo simples fato de enganar a quem só lhes deu amor.

Quisera eu acreditar que os seres humanos são originalmente seres bons, amáveis, sensíveis, preocupados com o lugar onde vivem e com as pessoas a sua volta, e não covardes que morrem de medo da morte e que para aceitarem a única certeza da vida, matam, roubam, buscam dinheiro, poder, sexo e satisfação na humilhação alheia.

Quisera eu não acreditar de forma tão veemente que a morte de um ser humano é tão só a forma de fazer justiça do universo.

De tudo ainda acredito no amor.

Edson Carvalho Miranda. 

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Mais uma estrela...



Mais uma estrela...

(Sonetex)


O céu brilha com mais uma estrela,
olhem bem nesse azul infinito,
está junto com outra tão bela,
vendo-as assim é algo inaudito.

Ontem só havia uma como ela,
piscando e querendo me proteger,
me deixou pra ficar perto dela,
eu quis te segurar com cautela,
na verdade nunca quis entender,
que o destino é como uma vela.

Com tua falta tenho que conviver,
no meu peito só tenho saudade,
prostrada na dor procuro me erguer,
mas não tenho forças pra verdade.

As duas luzes que tão lá brilhando,
São os meus pais me abençoando!


Lully

23/10/2011






Para você Papai...

sábado, 8 de outubro de 2011

Meus segredos



Meus segredos



Contei ao mar os meus segredos
Palavras nascidas com cores intensas
Coisas que só as ondas podem saber.

Catei conchinhas da cor da pele
Essa pele que me faz lembrar
Aqueles momentos do teu abraçar.

Mas estou prisioneira num tempo inatingível,
Na fortaleza do impossível
Pois os meus sonhos morreram ao luar.

A linda lua, com inveja, tomou-me por uma sereia
E me fez cair nas ondas do mar
Escondendo –me, como uma jóia, ao teu olhar...

Assim, fiquei perdida, na escuridão rendida
E vi os meus segredos, todos lá guardados
Esperando que o mar os devolva a ti...


Lully

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Eros e Psique




Eros e Psique

Autor: Daniel Fiúza.
07/09/2011

Eros deus Grego do amor
E que também é o Cupido
Foi de Afrodite nascido
E de Ares, seu genitor!
Deus da guerra e do horror.
Eros lançando aos mortais
E também aos imortais
O amor embebido em seta
Cria paixão faz sua meta
Apaixonando os casais.

Psique a filha mais nova
Entre as filhas dos Reis
Que de Mileto tinha três
Foi cantada em verso e trova
Sua lindeza posta à prova.
Tamanha era sua beleza
Pessoas pra ter certeza
Vinham de todo lugar
Somente pra admirar
Sua formosura e pureza.

O povo esqueceu Afrodite
Para admirar a Psique
Levou a deusa a fazer
Do seu ciúme arrebite
Uma vingança, acredite!
Ofendida e enciumada
Quis Psique apaixonada
Por um homem vil e feio
O pior entre o seu meio
Colocou Eros na parada.

Mas Eros se apaixonou
Logo que viu Psique
Pensou lhe favorecer
E num bom plano pensou
Depois somente aguardou.
Esperando o tempo certo
Do rei ter descoberto
Algo errado na menina
Que logo teria sua sina
De ter seu destino incerto.

As duas irmãs de Psique
Arranjaram maridos
Dois foram os escolhidos
Psique nem saber porque
Vivia sem marido ter.
Seu pai logo desconfiou
E o oráculo consultou
Nele Eros ordena ao rei
Determinou como lei
O rei só ouviu e acatou.

O castigo era levar
Pra montanha solitária
Sua filha sedentária
Bem no topo pra casar
Não poderia recusar.
C’um marido diferente
Uma terrível serpente
Sendo esposa de imortal
Um monstro fenomenal
Nesse destino inclemente.

A virgem apavorada
Foi levada ao pé do monte
Para que à sina desponte
No local abandonada
Por monstro ser desposada.
Com ritos de funeral
Largou ela afinal
que dormiu profundamente
E Zéfiro suavemente
Na brisa a levou legal.

Foi conduzida no ar
Prum vale maravilhoso
Num castelo pomposo
O lugar onde ia morar
Só viu tudo ao acordar.
Ao ver o castelo pensou
É a casa do meu senhor
Era dum deus à receita
Uma morada perfeita
Parecia que sonhou.

Tomou coragem e entrou
No magnífico castelo
Onde tudo ali era belo
Psique se deslumbrou
Quando vozes escutou.
Faziam coisas incríveis
Por criados invisíveis
E deles só a voz ouvia
Nos desejos que pedia
Mesmo os impossíveis.

Foi à escuridão surgir
Por criados conduzida
Essa ordem foi cumprida
E foi pro quarto dormir.
Quando teve a sensação
Que conheceria então
O seu esposo terrível
Não esperou impassível
palpitou seu coração.

De medo Psique tremeu
Quando no quarto entrou
E ao seu lado deitou
Um alguém naquele breu
Onde tudo aconteceu.
Com a voz maravilhosa
E c’um perfume de rosa
Mãos humanas fez caricia
Provocou tanta delicia
Naquela mulher formosa.

Pro amante misterioso
A Psique se entregou
na mesma noite lhe amou
Homem viril e garboso
Enigmático e poderoso.
Ela queria ver seu rosto
Somente para seu gosto
Era uma moça curiosa
E também muito teimosa
Do seu amante era oposto.

Eros para ela perguntou:
- Porque tu queres me ver,
O que tu tens a temer,
Duvidas do meu amor?
Ame-me pelo o qu’eu sou!
- Só te peço que me chame
E como um teu igual me ame
E me adores como um deus
Pros teus momentos ser meus
E meu amor em ti derrame.

Quando a moça acordou
Percebeu todo o ocorrido
Seu amante tinha sumido
E toda noite que passou
Repetiu-se esse fator.
Era toda noite afora
Na escuridão ia embora
E sua face nunca via
E nessa agonia vivia
Sua curiosidade arvora.

Procurada por irmãs
Por Eros foi alertada
Para nunca dizer nada
E esquecer as cunhãs
Todas noites e manhãs.
Solitária e vacilante
Implorou para o amante
Para as manas encontrar
E o seu castelo mostrar
Pois pra ela era importante.

Depois de fazer seu gosto
Eros impôs uma condição
Sobre qualquer situação
Não podia ver seu rosto
Ou sofreria um desgosto.
O que suas irmãs falasse
Não ouvisse e ignorasse
Pra saber toda a verdade
Sobre a sua identidade
Seu pedido respeitasse.

Quando as irmãs chegaram
Logo entraram no castelo
Viram tudo rico e belo
Na ambição desejaram
Seus olhos já invejaram.
As irmãs maliciosas
Faziam intriga, ardilosas!
Perguntava pelo marido
Que só vivia escondido
E dele queriam provas.

Psique só respondia
Quele estava atarefado
Quera um homem ocupado
Que só trazia alegria
Tinha beleza e simpatia.
Mas sua curiosidade
De saber toda a verdade
Pelas manas aguçada
Foi por Eros alertada
Pra esquecer sua irmandade.

Eros disse a Psique
Se ela lhe o visse de frente
Sumiria de repente
Dele podia esquecer
Que não mais iria vê.
Revelou sua gravidez
E pediu mais uma vez
Para ela guardar segredo,
Pois sentia muito medo
Da revelação talvez.

No segredo era divino
Descoberto era mortal
E totalmente normal
Se fizesse o desatino
Mudaria seu destino.
Eros de novo permitiu
Sua bondade consentiu
As duas irmãs rever
No palácio receber
Só falou isso e partiu.

Pras irmãs Psique falou
Que tava esperando um bebê
Mas não era para dizer
O segredo que revelou
Traindo o seu senhor.
Do filho falou o destino
E que nasceria divino
Também coberto de brilho
Pois dum deus era filho
E seria um lindo menino.

Suas irmãs enciumadas
Porque Psique era rica
Botava olho de botica
Porque não eram casadas
Com deuses, e nem amadas.
A convenceram a olhar
A face sem hesitar
De Eros o seu marido
Que real era o Cupido
E tinha que se guardar.

Enchendo a cabeça dela
Insinuaram de repente
Quele era uma serpente
E tava enganando ela
Seria o monstro da bela.
Não um deus maravilhoso
Talvez um ser asqueroso
Algo errado nele havia
Saber de tudo devia
Desse ser misterioso.

Psique ficou assustada
Com que as irmãs disseram
Depois que elas partiram
ficou bem desconfiada
Resolveu dar uma olhada.
Uma faca e um lampião
Escondeu na escuridão
Ali bem próximo da cama
Pra vê o rosto de quem ama
pra acabar a sua aflição.

Psique bem decidida
Mesmo sentindo desgosto
Logo veria seu rosto
Não estava arrependida
E acabaria com a vida.
Se fosse um ser terrível
Esse monstro desprezível,
Esquecendo os avisos
Era das irmãs os juízos
Nesse gesto tão horrível.

Depois de fazer amor
Na noite Eros sorriu
E satisfeito dormiu,
ela coragem tomou
E a lâmpada aproximou.
Era uma linda criatura
Só tinha beleza e ternura
Repousando docemente
Dormia tranqüilamente
Com sua lindeza e doçura.

Psique arrependida
Distraída tava olhando
A lâmpada foi inclinando
Sem que fosse percebida
Cai gota de óleo aquecida.
Em Eros no ombro direito
Ele se assusta sem jeito
E voa através da janela
Fugindo escapa dela
Num revoar de efeito.

Quando dela se despediu
Eros, prela assim falou:
- Todo o meu grande amor,
Foi assim que retribuiu,
Com esse gesto tão vil?
- Minha mãe desobedeci
Somente pra ti vivi,
Não acatou o meu pedido
Tratou-me como bandido,
Você me desapontou!

Monstro pensou queu era,
Cortaria à minha cabeça,
Quero que desapareça,
Com seu sonho de quimera,
Tratando-me como fera!
Nas irmãs acreditou,
Nenhum castigo te dou,
Pra sempre vou te deixar,
Na suspeita viverá,
Convivendo com o amor!

Quando ela se recompôs
Desapareceu o castelo
E tudo quanto era belo,
Perto da sua casa após
Quis se matar bem depois.
Se atirando num rio
Sua vida por um fio,
Mas as águas trouxeram
De volta a devolveram
Não aceitaram o desafio.

Foi deus Pan quem alertou
Para esquecer o acontecido
Nem tudo tava perdido
Psique se animou
Pra procurar seu amor.
Queria ganhar seu perdão
Seu grande amor e paixão
E pra isso iria lutar
Saindo para procurar
Eros em qualquer rincão.

Quando as irmãs souberam
Do que tinha acontecido
Fizeram pesar fingido
Logo nelas pensaram
A montanha escalaram.
Pensava que Eros um dia
Uma delas escolheria
Chamaram Zéfiro o vento
Para alcançar seu intento
Pois assim acontecia.

Elas se jogaram ao ar
Sempre com a esperança
No deus vento à confiança
Que Zéfiro ia segurar
E que iriam flutuar.
Zéfiro não as ergueu ao céu
Elas despencaram ao léu
Caindo no precipício
Morreram no estrupício
Por viver na inveja e fel.

Sua busca continuou
Em todo lugar da terra
Dia e noite não encerra
No alto da montanha encontrou
Um templo que desagradou.
Sementes espalhadas
Pás e foices misturadas
Uma bagunça no recinto
Psique fez algo sucinto
Deixou as coisas arrumadas.

Psique tava convencida
A todo deus devotar
E sem negligenciar
Na limpeza oferecida
Pôs em ordem e deu vida.
As coisas no lugar certo
Tudo bem limpo e coberto
Arrumando a desordem
Deixou o templo em ordem
Naquele gesto esperto.

Deméter deusa desse templo
Da lavoura e agricultura
Comoveu-se c’a criatura
Pelo trabalho múltiplo
E por todo bom exemplo.
Viu limpo seu santuário
Grata fez o necessário
Para ajudar a Psique
No quela devia fazer
Pagando como honorário.

- Da ira da deusa Afrodite
Não posso de fato livrá-la
Mas vou poder ensiná-la
Com sua força, acredite!
E contrariá-la evite.
- Siga com sua coragem
Renda-lhe homenagem
Como deusa ela merece
Duma afronta não esquece
Vá logo siga viagem.

Afrodite recebeu
Em seu templo Psique
E nem pode esconder
pois sua raiva floresceu
E no seu rosto apareceu.
Por ela, Eros descumpriu!
Sua ordem, e assumiu,
Um romance proibido
Estava no ombro ferido
Convalescente e febril.

Afrodite se recusou
A perdoar a Psique
E impôs para ela fazer
Várias tarefas, mandou,
As mais difíceis procurou.
Só assim mudava a sorte
Mas com perigo de morte
Coisa quase impossível
Era um trabalho terrível
Até para homem de porte.

Psique tava resignada
E aceitou o desafio
Sendo mulher mostrou brio
Topou mais essa parada
Era aceitar isso, ou nada.
Falou que executaria
Tudo com sua galhardia
Podia mandar o primeiro
Que faria bem ligeiro
Executava ou morria.

A sua primeira ação
Foi separar cereais
Coisa difícil demais
Aveia e lentilha em grão
De cevada e do feijão.
Tava tudo misturado
Tinha que ser separado
Antes do anoitecer
Ela tinha que fazer,
Mas estava desolada.

De repente uma formiga
Comoveu-se c'a tristeza
Para Psique deu certeza
Chamando sua turma amiga
Pediu que todas lhe siga.
Todo aquele formigueiro
Separou tudo ligeiro
Cada grão foi para um lado
Ficou limpo e separado
Foi resolvido o primeiro.

Ordenou-lhe a desalmada
Logo um novo desafio
Bem perto da beira do rio
Ovelhas de lã douradas
Pastavam despreocupadas.
Tinha que catar ligeiro
Um pouco de cada carneiro
E trazer prela essa lã
Fosse logo de manhã
Fazendo o serviço inteiro.

E quando o rio foi cruzar
A voz dum junco ela ouviu
Como amigo advertiu
Para não atravessar
Só após o bando deitar.
Assim cê pode fazer
Sem perigo de morrer
Doutro jeito vão atacar
Com certeza te matar
Falo pra te proteger.

Psique seguiu num afã
Esperou o sol esquentar
Todo o bando cochilar
De cada um catou lã
Levou pra mãe do seu fã.
Psique entusiasmada
Pois levou a lã dourada
Mais essa etapa cumprindo
Entregou tudo sorrindo
Pela missão terminada.

Afrodite cheia de mágoa
Deu uma tarefa tamanha
Ir ao cume da montanha
Com sua vingança enxágua
Pra trazer uma preta água.
Água escura de alcatrão
Era guardada por dragão
Que qualquer um matava
Pois esse poço vigiava
Como terrível guardião.

Na difícil empreitada
Foi uma águia quem ajudou
E lá pro poço voou
Com a jarra preparada
Nessa jornada arriscada.
Conseguiu a jarra encher
Sem o dragão perceber
A água preta trazendo
Mais uma etapa fazendo
Essa esforçada Psique.

Levou o líquido esquisito
Para a diabólica Afrodite
Antes que o feito irrite
E lhe cause grande agito
E vá provocar seu grito.
Pois Psique vinha cumprindo
Todos os pedidos sorrindo
Na deusa a ira causando
Terrível tava tramando
Algo pior tava vindo.

Por ter alcançado sucesso
Era bem mais odiada
Pela deusa amargurada
Não querendo retrocesso
Tinha tanto adio imerso.
Não aceitava a condição
Queria uma definição
Num impossível trabalho
Esse teria que ser falho
Sem nenhuma contemplação.

A última seria fatal
Bem no mundo inferior
Uma tarefa de horror
Cotada pra ser final
Para Psique terminal.
O Hades não é coisa boa
Para nenhuma pessoa
Perséfone era imagem
Precisava coragem
Para não morrer à-toa.

Descer ao mundo inferior
Como Hades conhecido
Por lá fazer um pedido
A Perséfone um favor
Pra trazer esse louvor.
Um pouco da sua beleza
Numa caixa com certeza
E levar para Afrodite
Para que seu ego grite
E aumente sua fortaleza.

Afrodite estava irada
Mandou a jovem pruma fria
Pois sua derrota queria
Preparou uma cilada
Era a sua ultima cartada.
E Psique no desespero
Subiu na torre ligeiro
De novo quis se matar
Querendo lá se atirar
Foi sua idéia, primeiro.

Mas a torre murmurou
Uma certa instrução
De com ela entrar então
Numa caverna, ensinou!
Uma particular, falou.
Prela aos ínfernos descer
Pra tudo poder fazer
Todo perigo driblar
Do cão Cérbero escapar
E para evitar morrer.

Uma moeda recebeu
Para Caronte pagar
Para ele atravessar
O Estige que antecedeu
E foi assim que sucedeu.
Um conselho foi lhe dá
Para na caixa não olhar
Quando a beleza receber
Isso não fosse fazer
Pois pra mortal era má.

O conselho ela seguiu
E a Perséfone chegou
Que imponente entregou
A caixa quela queria
Com a beleza e magia.
Como era muito curiosa
Abriu a caixa teimosa
Saiu um sono terrível
Que se tornou impossível
Não dormir como uma rosa.

Já curado da ferida
Eros voou para lá
Pra Psique poder salvar
Pro bem da sua querida
E preservar a sua vida.
Conseguiu incontinente
Pôr o sono novamente
Dentro da caixa preso
O seu amor saiu ileso
E o deus ficou contente.

Porém lembrou novamente
Sobre a sua curiosidade,
Pois era ruim de verdade
Pode até deixar doente
Passasse a agir diferente.
Já podia se apresentar
Para Afrodite, e entregar!
A caixa bem recebida
Com sua tarefa cumprida
Pro castigo se livrar.

Eros, o Zeus foi encontrar!
Para implorar pela paz,
Pois só ele seria capaz
De Afrodite apaziguar
E sua união ratificar.
Com Psique seu casamento
Pra acabar o seu tormento
Vivendo a felicidade
Por toda a eternidade
Em todo e qualquer momento.

O grande deus ordenou
Que Hermes, Psique levasse!
Pra assembléia esse impasse
E todo deus concordou
E o seu sofrimento acabou.
Para ela foi oferecida
E logo em seguida bebida
Da Ambrosia uma taça
Com cerimônia e graça
Essa união foi consumida.

Tempo após o casamento
Eros e a linda Psique
Tiveram o filho “prazer”
No seu devido momento
Coroando o belo evento.
Voluptas esse belo filho
Colocou os dois no trilho
Sendo feliz novamente
Vivendo eternamente
Deu pro casal novo brilho.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

CÚPULA DO PT DEFENDE CONTROLE DA MÍDIA!

O comando do PT elaborou documento em que ataca a imprensa e defende o controle da mídia no Brasil. No texto, apresentado ontem à Executiva Nacional como proposta de resolução para o 4º Congresso do partido, o PT defende o fim da propriedade cruzada em veículos de comunicação, a "democratização" da mídia e a "quebra do monopólio". Apesar disso, o partido sustenta que é contra qualquer tipo de censura.

A Folha apurou que o governo tende a encampar o veto à propriedade cruzada de meios de comunicação. A ideia seria acionar o CADE - Conselho Administrativo de Defesa Econômica - para obrigar grupos que têm várias plataformas a se desfazer de parte das concessões. A resolução preliminar diz que a falta de um marco regulatório e a concentração do domínio midiático "tolhem a democracia", "silenciam" e "marginalizam", "criando um clima de imposição de uma versão única no país".

Em tom bem mais agressivo do que o do 3º Congresso, de 2007, o texto condena "certos veículos que flertam com mecanismos ilegais". O partido afirma que, após participar de "conspiração que tentou derrubar, sem êxito, o PT e Lula", setores da mídia lideram agora "campanha pela faxina" no governo. Falcão, que está condensando o texto, lembrou em entrevista que o ex-ministro Franklin Martins - Comunicação Social - já apresentou proposta semelhante no governo Lula.

O Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo (PT-PR), que participará do encontro, disse à Folha que essa não é a pauta do governo: "É insensato. Lutamos para escrever na Constituição que não pode haver controle prévio e censura". Segundo Bernardo, a Lei Geral de Telecomunicações, em discussão no ministério, regula a concessão de emissoras de rádio e TV, mas não de jornais, revistas e internet.

O Secretário de Comunicação do PT, André Vargas (PR), porém, diz que o partido não vai se curvar ao governo. Para ele, "a sociedade pode resolver constituir um conselho" para controlar a mídia impressa e a internet. Com 109 pontos, o documento busca proteger a imagem do ex-presidente Lula e minimiza a ideia de que Dilma é mais rigorosa no combate à corrupção. "Nunca antes na história deste país a corrupção foi combatida com tanta profundidade, sem protecionismos partidários, como nos governos Lula e Dilma", afirma o documento. O texto aponta a luta contra a corrupção como "compromisso inarredável do PT e do governo" e diz que a oposição não tem credibilidade para pregar uma "faxina".

UOL NOTÍCIAS

Teus passos



Teus passos


Pensei ter ouvido os teus passos
Ao virar numa esquina onde
A primavera marota escondeu-se
Atrás de uma árvore em flor.

Ela se veste com os perfumes do Oriente
Morde frutos maduros ao sol
Acaricia a pele ainda quente
Traz sussurros de gente que parte
Risadas, suspiros e cantos no ar.

Ainda penso ter ouvido teus passos,
O abraço que tanto queria te dar
O guardo aqui, fechado em minhas mãos
Só o devolverei quando chegares
E me libertares para o sol do verão!


Lully