Uma vida, minha vida, meu momento.
Sinto-me solto como uma folha desprendida da figueira
na ação do vento solta pela ação do vento.
Esse gélido galanteador, de fim de inverno.
Como o escravo azorragado que foge da madeira,
ou a folha, junto com a poeira, que vagam de um lado para o outro
como a boca no pescoço, buscando o sabor efêmero do amor.
Folha que busca pousar no fértil solo entre teus seios
aconchegado no calor do colo, onde serenamente me deito,
durmo e vivo em eterno devaneio.
Edson Carvalho Miranda