quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Morta-Viva

Emudecida,
morta-viva entre vidas.
Alma aflita,
entre os dentes
uma ferida.
Faminta,
verdade escrachada
sem passar a limpo.
Flerto o silêncio
que me conforta
e me consola
desse cansaço aflorado.
Devoro o amor
antes da despedida.
Alimento a solidão
que hiberna em meu peito
e adormeço digerindo a dor.
Sei lá o que me resta
pelo infinito que me espera...
romances, guerras,
cataventos, quimeras,
sóis de primavera
que não estarei para ver.
Calem-se pensamentos!
Morta... até o amanhecer...

* Jenny Faulstich *
(15/09/2008)

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