sábado, 26 de dezembro de 2009

DANÇA DO AMOR

Agora eu sei, não há nada que
Possa impedir de sentir o que senti
Aquele furacão dentro de mim
Devastando-me
Tolhendo-me
Subjugando-me
Tal qual uma ave
Presa na armadilha
Armadilha do amor e da paixão
Sentimentos conflitantes
Sensações urgentes, prementes
Loucura que me invade
Penetra dentro de mim
Me faz gritar
Suspirar, até chorar
É uma dança que me envolve
De tal maneira forte
Que não há como parar
É a dança do amor
Que só tu sabes dançar...

(...) dança, dança menina!
o faça com a violência das águas do mar
ou a candura da água da mina.

(...)dança, dança menina!
Com a sutileza da valsa
Ou um tango a rigor.

(...)dança, dança menina!
Descubra em cada musica o ritmo eloquente do amor,
passo que só para quem vive e ama a vida ensina.

(...)dança, a dança do amor menina!

Escrita por: Alessandra e Edson Carvalho Miranda

domingo, 20 de dezembro de 2009

QUIMERA


Como posso não amar a vida?
Se ela me trouxe você...
Queria ser a sua inspiração
ser os seus versos, a sua canção
ser parte da sua história,
o seu sorriso ao amanhecer,
o seu desejo quando a noite vem.
Queria sentir toda a magia
do seu olhar ao desnudar-me assim,
Queria ser a sua fantasia, seu mundo,
sua prisão
Queria desarmar suas defesas
e fazê-lo completamente meu
Queria que não fosse somente uma quimera....

Alessandra

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Teimoso coração.

Não sei por que insisto em dizer que te amo.
Se quando me escutas é apenas com os ouvidos.
Não sei por que teimo em escrever em rimas, provas em versos e certezas em poesias, que eu te amo!
Se apenas consegues ler com os olhos.
Não sei por que ainda me entrego a ti,
para com o corpo
te mostrar todo o meu amor.
Se tu apenas consegues me sentir com o corpo.
Não sei por que ainda cometo a loucura de deixar minha vida em tuas mãos.
És a dona desse meu teimoso coração!
Que bate apertado no peito como as pétalas da rosa antes de desabrochar em belo botão, uma semente jogada ao chão antes da eclosão.
Te amo com a fala, com a escrita,
Te amo com o corpo, com o coração, com a alma e o espírito.


Edson Carvalho Miranda

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

RECORDAÇÕES


Acordo...
Na verdade nem dormi
O que tenho para recordar?
Tantas coisas...
As nossas conversas após o amor
olhando para a lua, a chuva, as estrelas.
Igualmente felizes, no frio ou calor
Trocando carícias

Não nos importando com o que acontecia lá fora,
as guerras, os problemas do mundo, as pessoas
Com os cabelos soltos eu corria para o leito,
mergulhando sorrindo no teu peito,
perfumada de amor e de paixão.

Uma após outra chegam implacáveis as lembranças,
deixo-me raptar por elas e me perco
dançando entre teus beijos

E quando, no dia seguinte, o futuro torna-se o presente
as recordações fragmentam-se
como migalhas entre meus dedos,
como velhos pensamentos,
como sonhos leves e débeis promessas.

Deixando um gosto quente e amargo,
o mesmo gosto das lembranças abandonadas
no meu coração.

Alessandra

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

AO AMOR ANTIGO




O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
a antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.

Carlos Drummond de Andrade

domingo, 6 de dezembro de 2009

VONTADE



Ah! Às vezes tenho um desejo tão intenso
que para até o meu pensamento,
vontade louca de sair daqui,
conquistar novos horizontes,
deixar a minha antiga pele aí, como se
fosse um vestido usado...
E junto dele todos os meus tormentos,
os sentimentos inusitados, as tristezas,
os meus pecados.

Beber da fonte eterna a vida,
refazer o caminho percorrido,
deixando as mazelas ocorridas,
arremessar-me num novo desafio,
vencer as distâncias, barreiras e preconceitos,
conformar-me com a ausência, a falta,
a saudade...

Fazer da lembrança uma constante irreverente,
e do amor perdido seu eterno namorado.
Sentir-me, nem que for por um momento,
livre, imortal, sem um viver limitado...


Alessandra

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

RETRATO EM LUAR


Meus olhos ficam neste parque,
Minhas mãos no musgo dos muros,
Para o que um dia vier buscar-me,
Entre pensamentos futuros.

Não quero pronunciar teu nome,
Que a voz é o apelido do vento,
E os graus da esfera me consomem
Toda, no mais simples momento.

São mais duráveis a hera, as malvas,
Que a minha face deste instante.
Mas posso deixá-la em palavras,
Grava num tempo constante.

Nunca tive os olhos tão claros
E o sorriso em tanta loucura.
Sinto-me toda igual às arvores:
Solitária, perfeita e pura.

Aqui estão meus olhos nas flores,
Meus braços ao longo dos ramos:
E, no vago rumor das fontes,
Uma voz de amor que sonhamos.


Cecília Meireles