quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O Voo


Assim como o voo do atobá, que depende da segurança inicial apenas de suas próprias asas para alçar e se lançar ao vento, rumo aos céus, criei sólidos alicerces no meu coração antes de lançar-me em sua direção. O atobá estuda muito bem os ventos e ao içar-se voa sempre de forma calma evitando turbulências.

Tomando a natureza como exemplo, lancei-me em sua vida de forma calma, evitando trazer agitações.

Não fui tão bom estudante para perceber que, quando fica faminto, o atobá interrompe o voo calmo, seguro e sem turbulências e se arremessa em um mergulho perigoso passa então do ar ao mar em fração de segundos e, assim, me joguei no mar da sua vida, no turbilhão do seu amor, mas não me lembrei de aprender a nadar. Sobram-me agora apenas as ondas, batendo sobre meu corpo convalescido da queda na água à deriva, completamente perdido e desprendido do seu.


Edson Carvalho Miranda

30-09-2009



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