sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A minha velha insônia.

“Sabe aquelas noites em que deitamos, até com um pouco de sono, mas nos recusamos a dormir pois tudo que ronda nossos pensamentos é o rosto da pessoa amada e tudo aquilo que sonhamos de bom para nossas vidas. Aquela casa grande, com um belo jardim e um quintal florido, a piscina com as crianças bagunçando, o cachorro latindo em volta, a bela árvore com a preguiçosa rede e você de sombreiro vindo em minha direção, com o sorriso mais lindo do mundo e, deitando-se sobre mim e com o largo sombreiro a nos tapar, me beija sussurrando-me o tamanho do nosso amor. Vejo que também, independente do nível social que viermos a ter, esse amor e essa felicidade seriam os mesmos. Após duas horas de sonhos acordado, meu sono se vai de vez e a única coisa que me sobra é a tela do computador, a saudade da sua presença, o aperto no peito e a inspiração para escrever os sentimentos mais profundos que ouso ter dentro de mim.

Assim sento e escrevo tentando de forma quase baldia esconder como esse sentimento me faz tão bem e tão mal, me leva do firmamento ao érebo em mais uma noite, na qual os caprichos de Morfeu não me são um direito, quiçá uma recompensa pelo cansativo dia”.



Quanto mais ar eu possa respirar

E deixar meu corpo sossegar

Na intenção do meu sangue esfriar

Meu coração, não posso aplacar.


É a sua falta, mas também sua presença

O simples saber de sua existência

O fato da lembrança

que faz ele se descompassar.


Esse coração só se aplaca com pouca roupa

Com ar que sai da sua boca

Com o seu corpo que desfalecendo em prazer

Esfria essa tormenta ardil que sinto por você.


Só assim vendo seu semblante dormindo

Os traços saciados e tranquilos

O perfil do seu corpo ao longo do meu aconchegado

É que me vem a necessidade do cochilo.


Edson Carvalho Miranda

16-10-2009

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