quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Meu reino

Um rei muito bondoso e igualmente poderoso perdeu sem batalha digna, o seu reino, seu povo e a sua rainha, para outro rei que invadira seu castelo e tomara a sua coroa, cobiçando o poder, fortuna e fama, à custa do sofrimento dos leais e inocentes súditos.

A partir daquele dia o bondoso rei perdeu sua paz, imaginando maneiras de recuperar o que perdera.

Após algum tempo ao ver que as suas investidas eram em vão, ele que era o rei das artes da guerra, percebeu que não conseguira vencer a única guerra que de fato era sua. Já sucumbindo, sentiu a velha e tremula mão de um humilde aldeão em seu ombro que, com voz cansada, lhe dizia:


“Não ataque diretamente os seus problemas, nem tão pouco os seus causadores e inimigos, faça com que as derrotas, bem como, as perdas de suas batalhas não guiem o propósito da sua vida, isso lhe obcecará o coração.”


Foi então que o grande rei notou que sua abordagem de fato estava equivocada e decidiu não mais dar tanta atenção ao reino que outrora perdera, seguindo em frente, conforme os ensinamentos do aldeão. Escolheu uma linda colina, cercada de verdes campos, jardins naturais e um lugar firme protegido pelos rochedos e pelo mar, com vistas para as paisagens mais deslumbrantes, de onde se pode sentir a tênue brisa que acaricia a face de quem lá habita.

E neste lugar aprazível ele construiu seu novo castelo, cuidou com carinho e dedicação de todos os detalhes tornando-o o melhor lugar das cercanias para se viver.

Após algum tempo, para a surpresa do bondoso rei todos os seus súditos o procuraram para habitar o novo e próspero reino ali iniciado, deixando assim para trás o antigo castelo e o usurpador rei.


Edson Carvalho Miranda

26-11-2008

Nenhum comentário: